sexta-feira, 16 de março de 2012

Babaçu é vida - VIDEO


Babaçu é Vida


A extrema pobreza e o sofrimento levaram as mulheres quebradeiras de coco, após uma reunião do Dia das Mães, a lutar por melhores dias. Buscaram parcerias e conseguiram a realização do projeto mediante vários encontros, o apoio de entidades governamentais e da sociedade civil. O objetivo da prática é melhorar a qualidade de vida das famílias das mulheres quebradeiras de coco. 


Instituição executora:
União do Clube de Mães do Município de Itapecuru Mirim - MA

Mais informações:
Prêmio Caixa Melhores Práticas - Babaçu é Vida

Aproveitamento total do babaçu



No Brasil, cerca de 400 mil quebradeiras de coco vivem do extrativismo do babaçu. De olho na agregação de valor, tecnologias simples e de fácil manuseio já permitem dobrar a renda de 200 famílias com o aproveitamento total do coco da palmeira

Considerada a mais rica palmeira utilizada na indústria extrativista brasileira, o babaçu serve de fonte de renda para pelo menos 400 mil quebradeiras de coco no Brasil, segundo estimativas do Ministério do Meio Ambiente. Da folha da palmeira, que pode chegar a 20 metros de altura, pode se fazer telhado para as casas e artesanato; do caule, adubo e estrutura de construções; da casca do coco, carvão para alimentar as caldeiras da indústria; do mesocarpo, a multimistura usada na nutrição infantil; da amêndoa pode obter-se ainda o óleo, empregado na alimentação e na produção de combustível, lubrificante e até mesmo sabão.
De olho neste potencial, ainda pouco aproveitado pelas quebradeiras de coco espalhadas pelos 18,5 milhões de hectares de babaçuais na faixa de transição para a floresta amazônica, principalmente no Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, a Fundação Mussambê desenvolveu a Tecnologia Social “Aproveitamento Total do Coco Babaçu”. Com maquinário simples e de fácil manuseio, a iniciativa resultou no desenvolvimento da Máquina Despeliculadora para facilitar a retirada da amêndoa e o aproveitamento de dois subprodutos: o mesocarpo (rico em amido, cálcio, fósforo e ferro) e o endocarpo (rico em fibras). Também foram criadas a Máquina Rotativa de Corte de Coco Babaçu e a Prensa Hidráulica para extração do óleo da amêndoa, com capacidade de 150 litros de óleo.

“Até então as tecnologias disponíveis para a quebra não iam muito além do machado. O mais importante é que estas novas máquinas não eliminam empregos. Pelo contrário, geram novos postos de trabalho diante do aproveitamento de todos os sub-produtos”, diz o presidente da Fundação Mussambê, Daniel Walker.

A idéia original do engenheiro Gilberto Batista, criador das tecnologias, era facilitar o corte do coco, antes feito pelas quebradeiras com um machado e um cassetete de madeira. Com a máquina, a produção passa de mil cocos por dia para 30 mil. As máquinas já beneficiam 200 trabalhadoras no Ceará e no Maranhão. Este ano, começam a ser implementadas no Maranhão, em parceria com o governo do estado, mais 160 agroindústrias, envolvendo, cada uma, 30 famílias no processo. 

O que está em jogo, segundo Walker, é uma alteração profunda no aproveitamento do babaçu. No processo tradicional de extração do óleo - de fundo de quintal - o coco ainda é quebrado na pedra, basicamente por mulheres e crianças. Cada trabalhadora extrai de um milheiro de cocos cerca de 13 kg de amêndoa por dia, com grande desperdício e fartas histórias de acidentes de trabalho. Na etapa seguinte, as amêndoas são trituradas em um pilão, num processo lento e exaustivo. Neste sistema, 52 quilos de amêndoas rendem aproximadamente 15 litros de óleo e o que sobra é vendido como combustível, a preço baixo, para as indústrias locais de cimento, cerâmicas e padarias por meio de atravessadores.

Com a despeliculadeira e o extrator manual de óleo, uma prensa hidráulica chega a extrair até 100 litros em oito horas de trabalho, ao passo que no processo convencional a produção atinge cerca de 20 litros de óleo em uma semana. Além de aumentar a produção, a máquina permite também o aproveitamento do resíduo do processo de prensagem, que vira uma torta rica em proteínas para ração animal, principalmente de ovinos, caprinos e suínos. O custo do kit com todo o maquinário, segundo Gilberto, está hoje em torno de R$ 25 mil, sendo que o investimento pode ser recuperado em até três meses dependendo da produção. “Com as máquinas é possível trabalhar com 30 milheiros por dia. Para cada um, são R$ 60 de faturamento e R$ 20 de gasto, o que dá cerca de R$ 1.200 por dia”, diz.

A Associação dos Moradores dos Sítios Correntinho, Cruzinha, Saguim, Carrapicho e Coruja, no município de Barbalha (CE) foi pioneira na adoção dessa tecnologia, em outubro de 2003. Nesta época, cada família não conseguia fazer mais de R$ 200 por mês. Com a adoção das novas práticas, o valor subiu para R$ 450. “Mas esse valor ainda é pouco e foi prejudicado pelo excesso de chuvas este ano. Nossa projeção é de uma renda mensal segura em torno de R$ 600”, diz Walker. O quilo da amêndoa, que era vendido por R$ 0,80, hoje não é vendido por menos que R$ 1,30. “Mas a vantagem não é só o aumento do preço da amêndoa. Os subprodutos já são todos aproveitados e vendidos”, diz Walker.

A experiência contemplou, inicialmente, a instalação da prensa manual para extração de óleo de babaçu, com capacidade de 50 litros de óleo/dia. Em 2005, foi implantada uma nova unidade de extração de óleos vegetais, no Distrito Campo Alegre, município de Crato. Nessa etapa, foram viabilizados novos incrementos à tecnologia anterior, que permitem, além de maior aproveitamento do babaçu, uma produtividade equivalente a 100%. “Queremos agora criar entrepostos para ganhar escala e força na negociação, eliminando os atravessadores. Este será certamente um dos nossos novos desafios”, diz Walker.

Babaçu Livre

No ano passado, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara aprovou o Projeto de Lei 231/2007, que passará a se chamar Lei do Babaçu Livre. O projeto, de autoria do deputado Domingos Dutra (PT/MA), cria regras para a exploração da espécie e proíbe a derrubada de palmeiras de babaçu nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará, Goiás e Mato Grosso, com exceção de áreas destinadas a obras ou serviços de utilidade pública ou de interesse social. Outra exceção, prevista no texto, é quando as derrubadas tenham como objetivo aumentar a reprodução da palmeira ou facilitar a produção e a coleta, mas só poderão ser feitas após relatório de impacto ambiental e mediante a autorização do poder competente.

Para vigorar, o texto ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara. Em seguida, a lei terá de ser votada e aprovada no Senado. Só depois, então, é que será encaminhada à sanção presidencial. A competência para execução e a fiscalização da lei será do Ministério do Meio Ambiente.




sobre matéria "Carvão do coco de Babaçu". CONFIRA!

Óleo de coco babaçu

Pesquisas americanas apontam o óleo de babaçu como um excelente agente estimulante do sistema imunológico, aumentando as células de defesa do organismo (linfócitos CD4 e CD8) de portadores do vírus da AIDS até um nível comparável ao de indivíduos sãos. Atua como agente inibidor viral (HIV, herpes, etc), diminuindo também os riscos de transmissão do HIV pelo leite de mães soro positivas para seus filhos.

O babaçu ou coco de macaco, é uma grande palmeira com mais de 20metros de altura nativa do Brasil. Suas folhas chegam a ter em média 9 metros de comprimento. A árvore possui uma alta produção de cocos, cerca de 500 para cada haste, num total de 40 hastes por árvore. Existem duas espécies, a Orbignya oleifera e a O. martiana.
O nome babaçu vem dos tupis, uma tribo amazônica, que chama a árvore de "Uauaçu", enquanto seu nome científico, Orbignya, vem do paleontologista francês A. D. D'Orbigny. Ele viajou na América do Sul entre 1826 e 1834 e veio a ser um professor no Jardim Botânico de Paris.
Atualmente, a produção do óleo ainda é feita de maneira artesanal, sendo quebrado o coco através de batidas consecutivas sobre o fio de um machado preso pelas pernas da "quebradeira". O coco fica maturado para quebra entre os meses de agosto e novembro, perdurando sua produção até os meses de chuva de janeiro e fevereiro.
O óleo de babaçu, que constitui 60% da matéria da amêndoa, serve como matéria prima para fabricação de sabão, sabonete, shampoo, amida, gorduras especiais, cremes, margarina, óleo comestível e para queimar em lamparinas. A torta que sobra da prensagem é utilizada como ração animal e isca de pesca do camarão de água doce. Do babaçu tudo se aproveita, as folhas servem de matéria-prima para fabricação de cestos, peneiras, janelas, portas, cobertura de casas, das palmeiras jovens se aproveita o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente. Das amêndoas verdes consegue-se um leite com propriedades nutritivas muito parecidas com o leite materno, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do Maranhão. A casca do coco serve de carvão (sua fumaça é repelente de insetos) e a madeira, para fabricação de móveis rústicos.
O óleo possui um ponto de fusão muito baixo (25,5 ºC), o que o faz em dias muito frios acabar tomando uma consistência branco-leitosa, como uma pasta. Esta sua característica está especialmente associada ao seu alto teor de ácido láurico (superior a 40%), o principal componente responsável pelas suas qualidades terapêuticas. O óleo de babaçu é um óleo tão fino que em questão de segundos penetra pelos poros da pele. Esta sua propriedade o torna um dos melhores óleos vegetais para uso na massagem, pois quando é diluído nele algum óleo essencial, este consegue atingir a corrente sanguínea num curto espaço de tempo, antes que sofra perdas de evaporação dada à temperatura da pele. Na massagem e no tratamento do cabelo (onde ele age como um silicone natural), ele apresenta uma vantagem especial sobre outros óleos vegetais: ele não rança.
Pesquisas divulgadas pelo Dr. Conrado S. Dayrit, MD em 25 de julho de 2000 em Chennai na Índia, no 37º Encontro Cocotécnico, mostraram um grande potencial terapêutico para os óleos láuricos (com alto teor de ácido láurico, como o babaçu, tucumã e côco da bahia). A experiência da administração de 50ml de óleo de coco diária em 15 pacientes (10 mulheres e 5 homens) portadores do HIV (o vírus da AIDS) e que nunca haviam recebido nenhum tipo de tratamento anti-HIV, no Hospital de São Lázaro, nas Filipinas, sob a responsabilidade do Dr. Eric Tayan, M.D, mostraram um aumento do linfócitos de defesa do corpo, CD4 e CD8 de 248 para 1.065 e 570 para 1671 respectivamente. Um homem que possuía uma carga viral muito baixa
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A adição de óleos láuricos como o babaçu, na alimentação de pacientes portadores do HIV pode trazer como benefício a diminuição do nível da carga viral em indivíduos HIV positivos, diminuição do antígeno P24 e o aumento do CD4 e/ou CD4/CD8. Com bases nas pesquisas acima, o uso do óleo de coco babaçu na alimentação de pessoas com baixa imunológica, que possuem grande facilidade em gripar, pessoas com doenças bacterianas e viróticas como tuberculose, pneumonia, herpes, doenças venéreas, auto-imunes como o lúpos e a psoríase, entre outras, seria de extrema valia. O babaçu é um óleo de propriedades antivirais e antifúngicas dado ao seu teor de ácido láurico e ácido cáprico. Da mesma maneira, seu emprego na massagem se mostra eficaz para o tratamento dos mesmos problemas, dada sua penetração pela pele ser muito fácil. Na alimentação o babaçu pode ser usado para cozinhar e fritar alimentos, substituindo os óleos de soja, girassol e milho. Pode ser temperado com ervas e condimentos e utilizado como substituto ao azeite de oliva nas saladas para dar sabor. É muito empregado pela indústria alimentícia para fabricação de sorvetes e margarinas. O óleo não-refinado possui um gosto de sabão de coco e cheiro de cocada baiana. Por isto para ingestão, deve passar por um processo de refino, o que diferente de outros óleos vegetais não altera suas propriedades terapêuticas.
Fábián László Flégner
fonte:http://casadosaboeiro.blogspot.com.br